domingo, 16 de dezembro de 2012

Sempre existirão reticências que parecem eternas, pra descrever períodos de silencio, dor ou dúvida, sempre existirão três pontos finais, pra fingir que se finda o que ainda há movimento. Sempre existirão mentiras sinceras, e sempre existirão mãos que se entrelaçam, e mãos que vagam. Sempre existirá a vergonha da lágrima, e o adeus sem dar tchau pra poder soltá-la. Sempre existirá um coração que sorri e um que chora. Até que eu exista...Massa de carnes ... Existirá esse peito, que grita e tem eco, e existirão coisas que não sei explicar, mas que desejava que fossem cálidas, calmas. Sempre que existir amor vão existir coisas que nos tornam tolos, sou tola autodidata, aprendi de casa... Mas como um botão que trava no on, não sei como desligar...E dói um pouco, e você.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Minhas brincadeiras de vulgarizar verdades pros teus dentes surgirem em um sorriso mágico como qualquer outro verdadeiro, teu... São brincadeiras castas, enjaulando o triste fato de ter que manter no peito o coração descompassado, de ter que fingir como abstrato o que pra mim é a obra mais realista... Não sei quem me pintou dentro esse amor, nem sei se assim se nomeia a obra. Tenho pensamentos de roda de samba, esperanças de um tambor frenético, que possa te bumbar dentro alguma coisa de toda essa nossa percussão. Te penso e penso paz, aquela que tu carregas na pele morena e doce, que ignora as aparência, e falta na minha falta de sol. Tu és o sol, está claro! Esquenta, e brilha-me toda mas não te alcanço. Algumas águas me refrescam você, mas todas amornam com teu fulgor. ... E esse verão que só começou?!.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Devaneio Dominical

Como se da flor toda, fosse a pétala intacta, a exatidão do não comido pelos bichinhos do mato. Se não fosse das piores raças da terra, seria pétala de flor, seria ainda a metade do inteiro. Deveras queria ser metade... Não, não queria! ...Mas se fosse, que nessa outra vida isso fosse claro : “serás metade” e assim seria costumeiramente, sem passar a "descurtir" a curta vida por não ser o esperado, fatigante procura essa de querer ser e não ser. Outras fatigas que sentei na vida foi contradição... De ser tanto que outro ser não consiga entender.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Pedia calmaria, mar sem onda, sem ver que retinha no ouvido direito o canto mais belo de muitos pássaros. Pedia aos sete ventos, um amor borbulhante, sem saber pedia desejo, desejo teve, e desejo passa. Pedia pedidos, esfregava lâmpadas, quando criança crera em magia, fingia crer, só por querer, nunca soube o que queria. Seu último pedido desesperançado foi pernas fortes pra ir atrás, desde então, tem palpitações de amor por segundo, crê na magia do mundo, e antes de dormir jura ouvir pássaros no seu ouvido direito.

domingo, 21 de outubro de 2012

P/ Regina, que me entende quando eu não..

Querida, olha esses ponteiros do relógio, quando foi que eles viraram facas? Há quanto tempo a gente não sente os cortes pela rapidez que ele traça nossa pele? Regina eu já naveguei por tantos mares, e esse azul límpido é justo o que me afunda, não posso aceitar tais açoitamentos. A inércia do meu barquinho tem me criado náuseas que parecem ser crônicas, labirintite de passar pela vida. São vinte e poucos anos, e vem a crise tão famosa, me pergunto como os quarentões e mais, passaram por ela, queria saber que sinais deixam na gente essas alergias mundanas. Será que ficam pequenas pintas no nosso interior, como exteriormente ficam as de sarampo? Eu tenho estragado meus dias como se fosse rotina, talvez meu ascendente queira sair do fundo do poço e agora esteja realmente provocando o caos. Água parada e o veneno de um escorpião, apagando e envenenando o fogo que me regia, e a alegria do meu leão. Não venho sendo rei nem da minha própria floresta. Sou a dramaqueen dos meus círculos, tenho ficado quadrada de tanto que venho sentando nas circunstancias, a gente acha que abafa as coisas se plantando em cima delas. A gente acha tanta coisa quando não entende nada. O nada Regina, talvez seja esse o ponto. Que nada imenso que se posta sobre mim, talvez ele não me entenda, e esteja querendo me abafar das circunstancias,e eu que esteja seguindo seus ensinamentos. Se a gente se torna o que mais menospreza, são dedos de piedade ou de julgamento de hipocrisia os que se apontam no nosso nariz? Não precisa responder querida, só me lê, me ouve. O nada é uma solidão.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

volta-e-meia.

Há de haver um você, um você que enquadre meus círculos e desvie de meus zig-zags. Que carregue litros de amor em uma térmica para dias frios, há de ter língua de gelo pro meu derreter. Há de haver um você que seja meu, bem, ou mal; mas há de permanecer quando finjo querer a solidão, há de saber das farsas que as mulheres cometem, e não se acometer. Há de se comprometer com o sigilo de palavras silentes,que emanam já noite, nos corpos dormentes. Não há de querer ler minha mente em minhas compulsões de escritas. Há de haver um você que abana despedidas para me ver correr, que corra ao meu encontro se me ver. Há de haver um alguém, você, que sentou para olhar a paisagem, sem saber que me espera.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

re..ticências

(...) Mas, por céus porque ser de tantas formas? E nos recolhimentos ser algo borbulhante, e nos frenesis da vida, ser esse arrepio que acua todos os músculos? Por mais eloquentes personalidades, nos outros, todo o outro, deseja a calma que não possuí, uma estabilidade que como a oração, proteja e guarde essa sua toda remendada. E assim esquivos, somos fisgados por toda hipnose carnal e seus métodos de união... E assim fáceis, nos deixamos guiar por equívocos de eternidade, babamos juras delas entre os lençóis. Pobres ingênuo, nós mesmos, por nos acreditarmos dessa forma. Mas, por céus, porque evocar a tolice? E porque dessas músicas que apagam o sorriso da cara da gente?(...)

domingo, 12 de agosto de 2012

Perdoe o roteirista, mas foi assim que o filme acabou.

Perdoe a minha insensibilidade, de chorar pela primeira e última vez, as mágoas não palpáveis que todo seu ser me proporcionou, na sua frente. Perdoe a luxúria que te emanei, ante a negação futura das nossas reminiscências, perdoe o querer dolorido de te querer, de me postar tal qual pele transitória pras suas mãos, quando quero ser ainda aquela onde você ás estatiza. Perdoe não aceitar o posto de segunda opção, quando não aceito mais baixa que essa, e perdi a primeira colocação por ter repetido tantos não ás suas insistências. Perdoe não querer mais jogar o jogo que inventei. Perdoe a tolice de acreditar que nós desataríamos os nós que nos entrelaçamos, amarrando braços e pernas nessa dança úmida que não mais te tirarei pra dançar. Perdoe chorar só no fim. Quando acaba a água com açúcar de alguns romances, começa o drama, e se finda assim.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

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São problemas meus, e devem ser resolvidos por mim. Minha arrogância não permite que você os resolva. Na minha cabeça de quem assume a astrologia da vida e finge-se que leva uma coroa na cabeça, e anda rugindo por ai… Aceitar tamanhas incapacidades é uma comparação com coisas que caem e quebram, ou somente ficam menores, entendo dessa forma. Sim eu penso que possuo ainda algumas coisas pra honrar, então honro os meus problemas, com tamanha devoção que honro as medidas que tomei para eles. Chamo isso de crescimento. Talvez pra que fique mais bonito p/ o espelho, ou porque isso é um problema que ainda não medi. Muitas vezes no fim aceito, como se minhas fatigantes negações fossem meras birras de criança, ou seus argumentos fossem bons… Muitas vezes eu aceito pra ver seus olhos de satisfação. Muitas vezes caio e me quebro por você, outras tantas delas por mim, muitas vezes o parecer da vida é contraditório, tanto quanto eu… Ou nós, que pensamos que estávamos nos colando.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Uma falta de sossego na boca do estômago, nas mãos inquietas que perambulam minha pele na falta das suas. Que falta das suas! Uma voz que ecoa nas paredes da memória, ainda que sobrecarregada, bem entoada, totalmente audível. Repetindo incansavelmente a fala que decorei, de tentativa de amizade com o tempo. O tempo é amigo de quem o quer, e ainda que queira-o, me posto como senhora feudal,e o escravizo. Decoro falas pra amenizar tal falta, mas não lhe presenteio com sapatos novos. Tem o meu excesso, que há tempos não satura meus recipientes, e sim os seus, transbordando em cor escarlate cintilante, e meus olhos, antes cegos pra tais cores agora deram pra ver, e enxergo agora, também triste, o fio que nos ata, por um fio. E inicia em mim, uma falta de sossego na boca do estômago, um hematoma interno do meu próprio soco, e as mãos que perambulam até a minha boca, em sinal de falta da sua. Que falta da sua!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

É um tiro no escuro, se baleado saí o “Ai” só depois de abalado. Sempre a sensação de que dessa vez... Como se houvesse novidade no novo. Mas é sempre o bom e velho, ou mal... No começo é como fogo, depois é culpa da estação, de qualquer insegurança, mas não é minha não! Não é culpa de ninguém que se inicia, é um fio que se incita, se insinua... Depois a culpa é tua se finita, mas não é minha não. São tantos “eus”, e tantos “vocês”... Que já se passaram e que vão vir, depois daqui... Aqueles que nem se passam por nós. Mas tudo tão igual. Um gemido em coro... Todos “ais” descompassados... No final, amar sempre dói.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

nostalgia ou não?

Já tomei várias taças de vinho com amigos, alguns nem eram taças... Copo de plástico ou de requeijão, alguns nem eram amigos... A gente se perde de nós mesmos em diversas estações, principalmente no inverno. A gente se perde uns dos outros e no final a culpa é de quem? Quem inventou a culpa? A gente se perde ou se muda, a gente emudece e se perde. A ordem das coisas nunca fizeram muita diferença, a gente curte a desordem, ou curtia. A gente cresce e tem que se organizar. Muitos dos meus amigos que casaram me abanavam de longe, muitos que se desquitaram voltaram a pousar a cabeça no meu ombro,e eu sempre tive dois deles, e costumava ter paciência. Minha indignação de hoje é a mudança, que vem lenta ou repentina, que transforma tudo, e joga as pessoas que já tiveram tamanha importância pra polos cada vez mais distintos, e a gente se acostuma como se a importância fosse desimportante. Como se pessoas fossem garrafas pets, todas retornáveis... Algumas nunca mais voltam. Hoje só quero amenizar o meu descaso, se for hipocrisia, que seja, é a minha, e eu engulo muitas alheias todos os dias. Hoje eu vou tomar um vinho em copo de plástico sozinha, e vou brindar a todos que passaram. Que talvez, a invenção não seja minha, mas culpa sim! Cheers!

domingo, 27 de maio de 2012

trechinhos II

Que fique claro, que ninguém é má influência de nenhum outro ser pensante, só se joga da ponte, quem se prende a adrenalina. Só se joga de ponta quem sabe nadar. Eu remo meu barquinho, e só entra nele quem quer navegar (...) _____________________________________________________________________________________________\ Ah, o amor, aquele pequeno devastador... Me habitou e me deixou. Desde então sentia ele como calafrio, entrava com a brisa da janela. No verão até vai, deixo os cabelos voarem, e vejo o movimento... Mas aqui subindo a serra, o frio chega antes. Fecho as janelas, e durmo quentinha(...) ____________________________________________________________________________________________\ Antes sair do ármario do que ter um na cabeça, trancado(...) _________________________________________________________________________________________________\ Eu não vou perder mais tempo, meus cabelos cheiram a pressa, eu quero pra ontem se possível, se não, agora me basta. Eu não sei jogar certos jogos, desses que estatizam. Eu quero o tempo, teu cheiro nos meus cabelos, de ontem pra agora... E em diante(...) _________________________________________________________________________________________________\ Tô pra gritar, que encontrei o fogo em que eu queria me queimar (...) _______________________________________________________________________________________________\ Eu paguei um bilhete único nesse parque de diversões, e o brinquedo que mais me tenta é esse nomeado vida, que gira pra todos os lados, sobe e desce, dá um medo, mas já entrei(...) _________________________________________________________________________________________________\ Devia ser usado como costume, como perfume, ser cultuado e cultural... O pensar antes de falar. Evitaria muitos sopros e outros tipos de buraquinhos no coração(...) _______________________________________________________________________________________________\ Eu queria o silêncio do ventilador, algumas certezas, e um café.(...) _______________________________________________________________________________________________\ Eu queria o silêncio do ventilador, algumas certezas, e um café(...) ______________________________________________________________________________________________\ Sem tirar conclusão de nada, eu quero a mutação, não assino em baixo do seu tratado, trato das minhas ideias que a cada dia que passam se tornam mais confusas, zelo pra que elas não me enlouqueçam. água parada que se derrame por aí. Eu quero o movimento(...) _________________________________________________________________________________________________\ O caminho do inferno foi pavimentado de boa intenção, eu vou é seguir meu coração que é onde tu mora, dentro dele os nossos encontros(...) ________________________________________________________________________________________________\ Toda noite um berro desse pequeno vazio, criado e alimentado por mim, meu filho indigesto (...) __________________________________________________________________________________________________\ Caiu cinza do cigarro no meu café... Tem a marca das tuas unhas, as minhas ranhuras... Abriu um arco íris depois do nosso sol, e da tua chuva. Tenho certeza hoje, que o que gosto se mistura(...) ______________________________________________________________________________________________\ Nada que outros cafés, outras conversas, outras pessoas não possam resolver(...) ______________________________________________________________________________________________\ Não fala assim, deixa queimar esse incenso até o final, tem cheiros que já estão no vento, e o vento deles se apossou, tem sentimentos que também(...) _____________________________________________________________________________________________\ Distração para os pensamentos, necessito. Pois turbilhões dele me recheiam, e quase fico muda to tanto que eles gritam. Tá tudo tão interno e eu que não quero ser caramujo(...) ______________________________________________________________________________________________\ Ai vida, linda... Te abraço com três braços pra que vc não me assuste, e você tem sido doce, chega pé por pé (...) ___________________________________________________________________________________________\ Descreva-se pra mim, querida. Adoro ler gente(...) ____________________________________________________________________________________________\ E teu paladar...Dessas vias gastronômicas do mundo, agora deu pra apreciar comida de hospital, essas coisas quase sem sal, e um doce que nem dá vontade de derreter na boca. Só finjo entender, essa sua relez satisfação, pois tú possuí todos os sabores do mundo. Leio o teu menu com fome de muitas horas, com olhos que babam(...) ____________________________________________________________________________________________\ Acredite se quiser, essa desenvoltura só se tornou plena depois de um excesso de recolhimento, um freada antes dos 200 km por hora, um pensar antes de agir. Minhas pausas necessárias, um recarregar de baterias, mas finda. Mem ritual entre as vivências mundanas(...) ___________________________________________________________________________________________\

Trechinhos.

Não precisa fazer sentido, qualquer soldado faz isso. Precisa ser real, sempre o mais difícil. E também o agora, pra que se preserve os por vir (...) ____________________________________________________________________________________________ Quem sou eu pra falar, mas cuidado, muito fogo na lareira... Pode atear pela casa toda. Se não for um piromaníaco deve ser doloroso ver o que você tem queimando. Só se não for um piromaníaco (...) ____________________________________________________________________________________________ É só começar a plantar rosas no meu jardim, que os meninos da vizinhança deram pra ser pobres românticos(...) ____________________________________________________________________________________________ Teu sorriso de ontem, vem despertando o meu de hoje. Teu sorriso se parece com abraço, cobertor, chá das cinco... Teu sorriso me amorna, enamora o sangue. Que venha o inverno, se tu sorri(...) ____________________________________________________________________________________________ Tinha tintas espalhadas pela casa, tinha vida jogada pelos cantos... Tenho juntado a vida com umas tintas coloridas e tô pintando um quadro, vou enquadrar a vida a fim de vê-la como um todo(...) _____________________________________________________________________________________________ O tempo tá feio... Café, janela aberta, pensamentos em desalinho, uma linha saltando do pijama..queimo com cigarro, um cigarro, um vento fresco, a paz das manhãs que não vinha há tempos... O tempo(...) _____________________________________________________________________________________________ Antes o vômito que o engolir azedo(...) ____________________________________________________________________________________________ Não queria falar nada, seria desnecessária a voz, diante dos meus poros todos, gritantes eles, em vários tons descompassados, que se fossem ritmados, seria o melhor coral... Seria a canção que te clama. Te clamo/chamo/quero...Sou quase um berro, e tu não vem(...) __________________________________________________________________________________________ Não tenho a culpa das pessoas, em insistirem em perder-se dentro delas mesmas, já assumi a minha, e fico pisando terrenos por atalhos no meu cerne, tenho muito lote interno ainda, e pouca paciência pra essas externalidades(...) ____________________________________________________________________________________________ Porque a vida é assim mesmo garota, algumas coisas começam a fazer sentido, e outras deixam de fazer. Existem coisas que voltam, e outras que viram pó... E aqui em casa, pó, a gente costuma varrer(...) ____________________________________________________________________________________________ Pode ser que nem toda terra que pisares seja plana, e tu venha a tropeçar... mas tens nas articulações e no coração como se desviar, desvencilhar-se(...) ___________________________________________________________________________________________ Dias de céu cinza não me assustam mais, o dia é uma revistinha de colorir, estou apontando meu lápis de cor(...) _________________________________________________________________________________________ Tem dias que você sente, mas mente, reflexo inconsequente. Tem dias que emana, de cada gesto de cada poro. Tem dias que a aura é toda da mesma cor, só nosso, só amor(...) ___________________________________________________________________________________________ ninguém é feliz o tempo todo, seria injusto com quem nunca o é... Mas sinto que não passa mais esta minha, como a febre alta acompanhada do delírio, deliro(...) ____________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________

quinta-feira, 10 de maio de 2012

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Por uma fresta da janela entreaberta, entrava ventos vindos talvez do norte, meus sóis desnorteiam. Fios de pensamentos com aroma de desatino, perfumam meus fios de cabelo em desalinho. Talvez o destino do ser só, só é solitário por este querer estar sozinho. O vício de provocar a companhia até que esta se retire, e olha que nem foi por um retiro espiritual. O silêncio que agora aqui ecoa, inundou até o teto do compartimento... Coração! Quando os eixos se enroscam como ferramentas enferrujadas, e do movimento contínuo tudo trava, sente nas entranhas como se fosse palpável. Visível como se fosse no dedo indicador. Sente a dor. Sente o rasgo profundo sem navalha, sem nada que corte, sem sangue, mas sente, e sentir é tudo que resta desse maquinário. Solidão provocada lota as vitrines desse antiquário. Feche as janelas, são ventos cortantes.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

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Esse grito interno é um desacato, á tudo que na vida ditavam como incerto, esse grito tem difamado. Essa vivência é sacrilégio, açoitando os pensamentos,ponderando, pondo rédeas em cavalo alado. Essa vivência é o senhor militar, sim senhor! Justo no limiar da vida ,já está plantado o limitar, e eu queria gritar em um descampado. Sou acusada de adultério mental, ponham-me nas masmorras, abortei um pensamento que poderia ser filho pródigo. Renunciei um sorriso pela metade por uma semana de sorrisos que davam a volta na minha face, e depois o nada. O nada vem cortejando a existência dessa moça impura, o nada faz juras de amor no meu sono, me prometendo descampados enormes, e muita voz. Agudos capazes de quebrar todos os vidros. Pra dor que carrego, o nada é tentador. Senhor alinhado, com cheiro de vento. Esse grito interno, perdura a semana toda como sopros no coração, auto decepção, esse grito tem febre, ferve, vira líquido e escorre pelos olhos ainda de manhã na sexta feira. Dia deser feliz dizem por aqui. Felicidade que eu propus em casamento, antes mesmo de eu saber o que era um. Nunca me aceitou, mas dorme na minha casa ás vezes. Felicidade me bolina e vai embora, nunca permanece, e ai começam os sopros, e uma nova semana...

terça-feira, 17 de abril de 2012

acordando cansada, reclamando parada, frases sobre o nada.

O último cigarro do dia está na metade e ainda é manhã, apesar de eu ter pensado que poderia dormir ela inteira e guardar o cigarro pra tarde, o tempo nos arranca as cobertas em dias frios, sem nenhuma cautela com o arrepio da pele. O dia está gritando como uma criança mal educada, ou uma mãe que pensa que o agudo da voz é educar. Eu só sei ser filha, então tenho que assumir um posto de quem não sabe de nada ainda, e eu nem sei se sei. Os dias voltaram a ser iguais em algumas partes, o ócio voltou a pendurar-se nos ponteiros do relógio, e o não saber o que fazer de si, voltou a brincar de ciranda na minha cabeça congestionada de sinusite. Meu mal psicológico sobrepuja meus males físicos, eu sou o próprio mal do meu século em duas décadas e uns anos, mesmo me fazendo bem em algumas horas do dia. Eu tento com todas as forças me reerguer das palavras duras que me direcionam, e outras que minha própria fala, me fala no espelho, algumas são verdades cortantes, e são essas as que mais doem, talvez só essas são as que doem. Falo essas coisas que aqui escrevo, porque preciso que saiam de mim, preciso de sol, e acho que vai chover, preciso me ocupar de alguma coisa, Lúcifer tem feito almoço e janta nos meus pensamentos, eu só quero parar de ferver ...

sábado, 7 de abril de 2012

só pra falar...

Amanhece o dia ao som de the kinks – you really got me, e eu queria ter uma bicicleta e pedalar até a tua rua, como canta uma outra música...
Eu me sinto forte, mesmo dobrando o braço e não vendo músculo algum subir, tenho aquela força interior que eu pensava ter se esvaído com a minha má alimentação das horas, mas não, ela tá aqui, pulsante nas veias, tenho vontade de pular, então eu pulo.
Vejo aquela outra menina girando o alfinete entre os dedos, e penso na minha casca grossa, por trás da pele fina que já começa a arrepiar nessas amostras grátis de inverno, vejo ela que não me atinge mais com as teorias de mudança... Ela só levou umas malas, e eu trouxe umas de volta, eu quero que sejamos felizes, e ah, se ela visse como meu sorriso não dói mais os cantos da minha boca.
As águas de março já passaram, depois de muito tempo paradas, agora sinto cheiro agridoce de Áries nos astros, aquele cheiro inebriante que me perseguiu tanto tempo, mudando rostos, relendo horóscopos, tentando febrilmente entender porque minha pele se estendia como tapete, pra que esse cheiro me pisasse. Mas não me dói mais Áries, agora a lua tá girando pra mim, e o sol me irradia. Eu sou o rei da minha floresta novamente.
Eu tenho um canto agora, não de voz, de refúgio. Eu tenho onde me esconder se começar a chover no meu telhado, eu tenho fios de cabelos que não são meus, enroscados em todas as blusas que eu ainda não lavei, tem um cheiro que é doce como tem sido os dias, eu to aprendendo a dedilhar uma música de agradecimento, cansei de dar vazão as dores ( minha ex mulher) quando ela me reclama um pouco de compaixão, eu ligo a televisão pra que ela se distraia com besteiras como as que ela sopra no meu ouvido, a dor dorme com a TV ligada, e eu saio com a felicidade de mãos dadas pela rua, a dor há de superar nosso término depois de tantos anos juntas, ela também sempre se mostrou forte pra mim.
Dance dance dance- lykke li , e eu queria ter uma bicicleta e pedalar até a tua rua, como canta outra música.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Carta de novo.

Tem um movimento que faz os cílios, que eu não mirei em olho algum, mas que abre um filete da minha boca para que o ar entre mais rápido, cada vez que move em ti.
Tem um arrepio que provoca minha espinha, de uma forma que eu desconhecia existir... Tem coisas sobre você , e o tempo do tempo, e a vida, e as coisas... Que ainda não cabe a minha filosofia.
Então eu brinco de juntar vocês todos em uma panela de pressão, pra que estejamos todos no mesmo ritmo de fervura, ao menos... Conexão de coisas que borbulham sempre me encantou muito.
Como se atadas ao fio de pele, entre dois universos de giros contraditórios... Pequeno gancho que se prendeu, enquanto brincávamos de passear-nos aos arredores.
Tenho um suspiro pra te presentear e um passe de liberdade pra tuas mãos, eu tenho sempre a esperança do repasse, então eu passo ai todos os dias... Com fome do cheiro teu, e do que a gente deixa no ar.
Tem o brilho que cintila no teu olho que move.Tem muitos dias pela frente, e uma noite em claro nos teus quadris... Me fazendo dançar.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

des-abafo.

Olha o céu, se não fosse por essas nuvens carregadas, ele estaria azul, limpinho como minha alma em dias de calmaria. Olha, hoje o dia não está calmo, são as nuvens carregadas, é a vida de uns que está pesada, são meus braços finos que não conseguem carregar todo esse peso sozinha. Mas tudo bem, tudo bem...
Olha a eternidade não é nada, e amanhã de certo passa. Eu confio no tempo como enfermeiro, ele as vezes faz compressas com gazes em certos ferimentos, ele as vezes cura tudo. Ele as vezes tenta e não dá em nada, ai então eu confio em mim.
Olha eu sei que as coisas nem sempre andam bem, as coisas já estão velhinhas, dói o joelho das coisas, ai você tem que pegar na mão, ou no colo e atravessar as ruas com ela, porque foram as coisas que te ensinaram o que é a vida, o que é respeito, mas se você não aprendeu, quem sou eu...?
Mas...
Olha eu tenho um amigo pra te apresentar, que sempre que posso colo nele, ou ele cola em mim, não lembro seu sobrenome porque ele não se importa, talvez seja Grande, ou Singelo, não recordo mesmo, mas não tem importância, seu primeiro nome é lindo, é Sorrisso. E eu tenho ele como meu amigo, acho que ele pode te ajudar a enfrentar tudo.
Olha o céu, tá se abrindo um azulão... Acho que até vem sol por ai... Meu amigo sorriso tá aqui batendo a porta, eu vou abrir (...)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

...

Eu mergulhei profundamente, como se possuísse o fôlego daqueles todos que o perderam em meus pulmões,.Eu deixei que a superfície me esperasse com brilho nos olhos, o coração da superfície apertado á minha falta.
Eu sentia pouca falta do sólido. No agora desses dias, eu queria coisas líquidas, penetráveis... Então o fundo do mar, os peixes, as cores (...)

Sentia as rugas moles em meus dedos, como se a pele toda fosse cair, sentia as pernas colarem, e as articulações mudarem, nenhum medo, não era preciso. Braços e pernas virando nadadeiras, e eu virando um ser do mar, um ser que não era de lá antes, meu fôlego agora, infindável nesse lugar.

Eu devia me sentir em casa, eu devia... Mas, agora quero voar
Devia ser usado como costume, como perfume, ser cultuado e cultural... O pensar antes de falar. Evitaria muitos sopros e outros tipos de buraquinhos no coração