quarta-feira, 15 de março de 2017

Novamente meus pensamentos, até os uma vez estagnados,
estão revirados , mexidos-tipo-ovos-mexidos,
desdobrados com cuidado de papel manteiga amassado,
(o número dela dentro)
um descuido somado á frenesi nas mãos.
Se houvesse uma porta para compreensão,
e que se abrisse facilmente sem emperrar,
o destemido ser adentrante,
me perderia em meio ao lugar
de tantos sentimentos coloridos,
e destoantes um dos outros,
jogados de fora a fora, tipo serpentinas entrelaçadas,
eu encolhida num canto dessa pseudo sala em fim da festa.
Se ele aproxima e escuta minha risada ébria,
é porque já me é conhecida essa
ressaca sentimental-pensante,
de outros carnavais fora de época.
Quase sempre amanheço rindo sozinha
pro caos.
Em outras encostada em seus ombros.
Mas sempre amanheço acompanhada,
desse amigo invisível que me ronda.

(Enxergo em cor de estrela cintilante)

sexta-feira, 3 de março de 2017

Sesta das salamandras

Cobravam teus olhos um emergir do meu clarão,
tu que fareja bem qualquer lampejo,
tipo mariposa acrobata e tola
que corteja a lâmpada elétrica e muda.
Eu que no agora te pareço soturna demais?
Ou tu que sempre chega no findar das velas,
cega, tateando as paredes,
grifando as canelas nas quinas dos móveis?
O anseio por fogo, denuncia teu pavor da noite.
Pois eu que possuo os dois no mesmo peito,
renego esse cortejo zunido de inseto,
que insiste em insultar o meu tempo.
Esse silente que não ouves,
é meu grito que respeito.