sexta-feira, 3 de março de 2017

Sesta das salamandras

Cobravam teus olhos um emergir do meu clarão,
tu que fareja bem qualquer lampejo,
tipo mariposa acrobata e tola
que corteja a lâmpada elétrica e muda.
Eu que no agora te pareço soturna demais?
Ou tu que sempre chega no findar das velas,
cega, tateando as paredes,
grifando as canelas nas quinas dos móveis?
O anseio por fogo, denuncia teu pavor da noite.
Pois eu que possuo os dois no mesmo peito,
renego esse cortejo zunido de inseto,
que insiste em insultar o meu tempo.
Esse silente que não ouves,
é meu grito que respeito.

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