domingo, 21 de outubro de 2012

P/ Regina, que me entende quando eu não..

Querida, olha esses ponteiros do relógio, quando foi que eles viraram facas? Há quanto tempo a gente não sente os cortes pela rapidez que ele traça nossa pele? Regina eu já naveguei por tantos mares, e esse azul límpido é justo o que me afunda, não posso aceitar tais açoitamentos. A inércia do meu barquinho tem me criado náuseas que parecem ser crônicas, labirintite de passar pela vida. São vinte e poucos anos, e vem a crise tão famosa, me pergunto como os quarentões e mais, passaram por ela, queria saber que sinais deixam na gente essas alergias mundanas. Será que ficam pequenas pintas no nosso interior, como exteriormente ficam as de sarampo? Eu tenho estragado meus dias como se fosse rotina, talvez meu ascendente queira sair do fundo do poço e agora esteja realmente provocando o caos. Água parada e o veneno de um escorpião, apagando e envenenando o fogo que me regia, e a alegria do meu leão. Não venho sendo rei nem da minha própria floresta. Sou a dramaqueen dos meus círculos, tenho ficado quadrada de tanto que venho sentando nas circunstancias, a gente acha que abafa as coisas se plantando em cima delas. A gente acha tanta coisa quando não entende nada. O nada Regina, talvez seja esse o ponto. Que nada imenso que se posta sobre mim, talvez ele não me entenda, e esteja querendo me abafar das circunstancias,e eu que esteja seguindo seus ensinamentos. Se a gente se torna o que mais menospreza, são dedos de piedade ou de julgamento de hipocrisia os que se apontam no nosso nariz? Não precisa responder querida, só me lê, me ouve. O nada é uma solidão.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

volta-e-meia.

Há de haver um você, um você que enquadre meus círculos e desvie de meus zig-zags. Que carregue litros de amor em uma térmica para dias frios, há de ter língua de gelo pro meu derreter. Há de haver um você que seja meu, bem, ou mal; mas há de permanecer quando finjo querer a solidão, há de saber das farsas que as mulheres cometem, e não se acometer. Há de se comprometer com o sigilo de palavras silentes,que emanam já noite, nos corpos dormentes. Não há de querer ler minha mente em minhas compulsões de escritas. Há de haver um você que abana despedidas para me ver correr, que corra ao meu encontro se me ver. Há de haver um alguém, você, que sentou para olhar a paisagem, sem saber que me espera.