quinta-feira, 29 de setembro de 2011

(...)

Não sou enganada, não dessa forma onde posso ser vista com penalidade.
Permito me enganar, como se estivesse na minha lista de exercícios do dia. Até onde suporto? Até onde você é capaz de ir?
Por tantas vezes penso, que a cada dia que passa podemos mais. Mas há dias que mesmo com um sol e uma brisa leve, que daria forças á muita gente, eu me encontro pedindo mentalmente um basta, inconscientemente uma trégua á mim mesma, dessa minha farsa de cabisbaixa quando meu pescoço quer subir como uma girrafa.
Hoje escrevo pra escorrer mais uma vez, escrevo para evitar o soco na face, que eu daria, em troca do soco no estômago que recebi de ti, ao te descobrir nas suas entrelinhas, novamente.

Escrevo pra te pedir que aprenda a me enganar melhor. Te descobrir esfria meus pés uma noite inteira.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

...


As vezes eu preciso de um amigo para brincar, as vezes preciso de um brinquedo.

As vezes eu preciso de algazarra, mas na maioria das vezes eu preciso de silêncio.

As vezes eu preciso de manhãs, mas quero todas as noites.


Eu sempre preciso de uma válvula de escape.

Meus pensamentos são viajados.

vigiados.

aviadados.

Ventosos,e alados.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Uma chuva, e umas vidas

Todo esse barulho de gente que ri, gente que chora, e outros que sabem imitar e vivem como animais.
Buzinas de carros, caminhões levando a vida de uns para apartamentos de outros.
Todos os espelhos da mentira e os travesseiros da verdade.
Todas essas vitrines e propagandas, toda a vulgaridade muito bem propagada, todas as falas de muitos que dizem nada.
Toda essa cidade de asfalto e muros de pedras, todos os sapatos de bicos finos e os pés descalços.
Toda mendicância e toda barganha, toda conquista e toda perca, tudo que se retém e tudo que se esvaece.
Toda criança que vai ficar velha, todo velho que não viu ainda sentido na vida.
Toda essa vida e esse cheiro de vida.
Toda essa vida e esse gosto de vida.
Todas as mãos e as mentes que as moldam.
Todos os pés e os pentes que as alinham.
Toda a vida de tentativas de sanidade em meio ao excesso de loucura.
Toda a minha e toda a tua, que se encontram na avenida barulhenta com um sorriso e, se despedem na esquina do semáforo com esperança de se reencontrarem.
Toda a minha por toda a tua.