terça-feira, 6 de setembro de 2011

Uma chuva, e umas vidas

Todo esse barulho de gente que ri, gente que chora, e outros que sabem imitar e vivem como animais.
Buzinas de carros, caminhões levando a vida de uns para apartamentos de outros.
Todos os espelhos da mentira e os travesseiros da verdade.
Todas essas vitrines e propagandas, toda a vulgaridade muito bem propagada, todas as falas de muitos que dizem nada.
Toda essa cidade de asfalto e muros de pedras, todos os sapatos de bicos finos e os pés descalços.
Toda mendicância e toda barganha, toda conquista e toda perca, tudo que se retém e tudo que se esvaece.
Toda criança que vai ficar velha, todo velho que não viu ainda sentido na vida.
Toda essa vida e esse cheiro de vida.
Toda essa vida e esse gosto de vida.
Todas as mãos e as mentes que as moldam.
Todos os pés e os pentes que as alinham.
Toda a vida de tentativas de sanidade em meio ao excesso de loucura.
Toda a minha e toda a tua, que se encontram na avenida barulhenta com um sorriso e, se despedem na esquina do semáforo com esperança de se reencontrarem.
Toda a minha por toda a tua.

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