quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Devaneios brotam.

Estou tão sólida por dentro que qualquer movimento me arranha, essa fricção me arde, me ferve, tanto que fico líquida, mas viscosa.
Um líquido sem leveza, e por isso da busca contínua do leve, me fazendo sair á louca em madrugadas quase insólitas se não fossem os grunhidos de felinos se amando… Saiu a busca de um ralo, onde eu possa me escorrer.
Tão necessários esses ralos, onde me extraio do denso, do pesadelos, da intensidade.
Pessoas não podem ser ralos, pessoas falam, e falam sem consentimento por quem precisa ser ouvido e nada mais. Pessoas falam, como se guardassem nos bolsos opiniões impressas prontas para serem destribuídas em situações como essas.
Pessoas e opiniões não podem ser ralos, quando ambos são o que solidificam, iniciando todo o processo, todo o ritual.
Preciso de ralos e rolos de pergaminho. Preciso escorrer como tinta, independente da cor que me misturo. Preciso ir me deixando aos poucos, em pedaços, em pegadas. Cada proximidade de solidez me espanta.
Não posso solidificar pensamentos líquidos, não me permito endure(brute)cer.

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