terça-feira, 17 de abril de 2012

acordando cansada, reclamando parada, frases sobre o nada.

O último cigarro do dia está na metade e ainda é manhã, apesar de eu ter pensado que poderia dormir ela inteira e guardar o cigarro pra tarde, o tempo nos arranca as cobertas em dias frios, sem nenhuma cautela com o arrepio da pele. O dia está gritando como uma criança mal educada, ou uma mãe que pensa que o agudo da voz é educar. Eu só sei ser filha, então tenho que assumir um posto de quem não sabe de nada ainda, e eu nem sei se sei. Os dias voltaram a ser iguais em algumas partes, o ócio voltou a pendurar-se nos ponteiros do relógio, e o não saber o que fazer de si, voltou a brincar de ciranda na minha cabeça congestionada de sinusite. Meu mal psicológico sobrepuja meus males físicos, eu sou o próprio mal do meu século em duas décadas e uns anos, mesmo me fazendo bem em algumas horas do dia. Eu tento com todas as forças me reerguer das palavras duras que me direcionam, e outras que minha própria fala, me fala no espelho, algumas são verdades cortantes, e são essas as que mais doem, talvez só essas são as que doem. Falo essas coisas que aqui escrevo, porque preciso que saiam de mim, preciso de sol, e acho que vai chover, preciso me ocupar de alguma coisa, Lúcifer tem feito almoço e janta nos meus pensamentos, eu só quero parar de ferver ...

sábado, 7 de abril de 2012

só pra falar...

Amanhece o dia ao som de the kinks – you really got me, e eu queria ter uma bicicleta e pedalar até a tua rua, como canta uma outra música...
Eu me sinto forte, mesmo dobrando o braço e não vendo músculo algum subir, tenho aquela força interior que eu pensava ter se esvaído com a minha má alimentação das horas, mas não, ela tá aqui, pulsante nas veias, tenho vontade de pular, então eu pulo.
Vejo aquela outra menina girando o alfinete entre os dedos, e penso na minha casca grossa, por trás da pele fina que já começa a arrepiar nessas amostras grátis de inverno, vejo ela que não me atinge mais com as teorias de mudança... Ela só levou umas malas, e eu trouxe umas de volta, eu quero que sejamos felizes, e ah, se ela visse como meu sorriso não dói mais os cantos da minha boca.
As águas de março já passaram, depois de muito tempo paradas, agora sinto cheiro agridoce de Áries nos astros, aquele cheiro inebriante que me perseguiu tanto tempo, mudando rostos, relendo horóscopos, tentando febrilmente entender porque minha pele se estendia como tapete, pra que esse cheiro me pisasse. Mas não me dói mais Áries, agora a lua tá girando pra mim, e o sol me irradia. Eu sou o rei da minha floresta novamente.
Eu tenho um canto agora, não de voz, de refúgio. Eu tenho onde me esconder se começar a chover no meu telhado, eu tenho fios de cabelos que não são meus, enroscados em todas as blusas que eu ainda não lavei, tem um cheiro que é doce como tem sido os dias, eu to aprendendo a dedilhar uma música de agradecimento, cansei de dar vazão as dores ( minha ex mulher) quando ela me reclama um pouco de compaixão, eu ligo a televisão pra que ela se distraia com besteiras como as que ela sopra no meu ouvido, a dor dorme com a TV ligada, e eu saio com a felicidade de mãos dadas pela rua, a dor há de superar nosso término depois de tantos anos juntas, ela também sempre se mostrou forte pra mim.
Dance dance dance- lykke li , e eu queria ter uma bicicleta e pedalar até a tua rua, como canta outra música.