quinta-feira, 20 de junho de 2013

Des-colorido meu.

Sinto que não tenho porte,
suporte, ou transporte,
pra ir tão longe quanto me queres,
ou manter o nosso acordo, de falar de ti apenas nos adornos,
diz-me, que não se pinta desenhos de apenas contornos.

Eu não sei da história da ( tua) arte,
só em partes,
mas penso aquarelas e pincéis no que queres preto no branco.

Um dia eu quis ser aquilo que te namora os olhos,
Mas pintou um clima além do portão,
e tu só o usas como escape.

Eu me adentro e invado casas,
e tu se mudas.
Fico muda, sigo o acordo.

Te gritar agora ofende meus vermelhos-escarlates,
meus verdes vivos,
meus rosas pinks.

Te chamar pra perto é gritar em cavernas,
só me retornam ecos.

domingo, 16 de junho de 2013

doce ilusão.

Eu estou perdida. Perdidamente apaixonada pelo não te ter. Eu gosto dessa confusão de te mirar ao longe. De ver tuas faíscas contornando as minhas próprias. Desenhar um chão de fogo que separa tua pele da minha. Eu gosto de te ter assim, não tendo. Fica aquele risco no ar, aquele risco que a gente corre a passos lentos. Teu desviar de assunto, depois de dizer que pensou em mergulhar em mim. Meu penetrar de assuntos dizendo que sou mar calmo, tendo tsunamis de interior. Eu estou perdida. Nos meus lençóis em manhãs e noites. Arranhando minha pele figurando tuas unhas. Contorço-me mais que lagartixa, falo besteiras em pensamento. Você sabe tanto quanto eu, que quereres assim não se findam. Nem aí, nem aqui.

terça-feira, 11 de junho de 2013

No dia que tua folha bateu em minha janela...

Quis eu, escrever uma rota sobre você, te andar pelos já pisados, só que aos meus passos... Te abrir caminhos, me molhar do orvalho. Quis eu, ser desbravadora de um deserto teu, te beber os Oasis, Te crer em miragens, me rir de tolices depois. Quis eu, ter mala leve pra viagem, me deixar absorta por tuas naturezas tão leve quanto densas. Te subir os morros, e te descer os abismos. Quis ser homem na tua imensidão, sem nunca te desmatar.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

E o tempo, João?

O tempo tá errado João! Aquele eternizar passou apenas para uma visita, brandiu um lenço sujo pelo tempo, e se foi. E o efêmero pediu pouso. Eu que nunca fui hospitaleira, que não tenho cobertas no armário, disse a ele: -Fica, então! Vive agora correndo pela casa. Brincando com os gatos. Até lava a louça da minha macarronada de letrinhas. E eu, João? E eu o que faço? Vivo de resquícios de um eterno que se foi, Ou ensino o efêmero a pisar manso? Como se doma o tempo, João? Como reivindicamos nós mesmos, de nós mesmos? Ai João! Não sei o que fazer de mim com visitas.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Exilio de cílios.

Teu olhar me alcança, escondida por trás das paredes da casa, no fundo do copo vermelho, nas vielas e becos que não temo e habito ébria. Teu olhar me corteja,e sem muito esforço me consegue. Teu olhar suando, colado ao interior das minhas pálpebras, fornicando com o consentimento da menina íris. Ela dilatada de contentamento. Meu restante estático. Teu olhar insolente dizendo coisas inaudíveis aos pueris olhos outros. Em um dialeto que sou fluente. Meu olhar tenta um assalto ao teu, ficou preso.

domingo, 2 de junho de 2013

Alegria nos ombros.

E começou aquela música, Ah, me abriu um sorriso, Atirei meus sapatos, Pois tem músicas que são assim, Te querem de pés livres, Sentir os passos, Tem pessoas que também, Tem músicas que remetem á pessoas Tem pessoas que parecem canções. Ai meus ombros estão tão felizes, Mexem, desviam. Fico esquiva querendo tocar tudo. As articulações se extinguem, Os problemas não existem, Existem canções, existe peito de tambor, Tem uma música que te materializa, A mesma que me dissolve.