quinta-feira, 10 de maio de 2012

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Por uma fresta da janela entreaberta, entrava ventos vindos talvez do norte, meus sóis desnorteiam. Fios de pensamentos com aroma de desatino, perfumam meus fios de cabelo em desalinho. Talvez o destino do ser só, só é solitário por este querer estar sozinho. O vício de provocar a companhia até que esta se retire, e olha que nem foi por um retiro espiritual. O silêncio que agora aqui ecoa, inundou até o teto do compartimento... Coração! Quando os eixos se enroscam como ferramentas enferrujadas, e do movimento contínuo tudo trava, sente nas entranhas como se fosse palpável. Visível como se fosse no dedo indicador. Sente a dor. Sente o rasgo profundo sem navalha, sem nada que corte, sem sangue, mas sente, e sentir é tudo que resta desse maquinário. Solidão provocada lota as vitrines desse antiquário. Feche as janelas, são ventos cortantes.

Um comentário:

  1. Elogiável Loucura

    Sentir com os sentidos,
    não com coraçao.
    Uma criação afastada do real
    uma cópia de terceiro grau da verdade,
    manifestações divinas geradas pela loucura
    forjada pela sabedoria.
    Conhecimento é a chamada imitação sábia
    Elogiável a capacidade humana
    Elogiável a doçura de seus olhos nos meus.

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