sábado, 4 de novembro de 2017

lua em peixes

Me dê um pouco do coaxar dos seus sapos.
Das teias de aranha, das tuas entranhas.
Das formigas de asas da tua lamparina.
Das cascas secando da tua cantina.
Das rezas de vó que tu ainda lembra.
Da noturna paz-nas-penas dos teus galos de briga.
Mê dê uma gargalhada da tua retina.
Um pouco de pão que assou de tarde.
Metade dos teus presságios de sorte.

Mê dê um pouco desse novelo cheio de nós,
e vamos desatando que tem noite quente e varanda que não se acaba.

Mê dê um pouco desse emaranhado que te trava a nova costura,
que eu tenho assunto de duas versões,
pra talvez mais dois verões,
mas sempre pra madrugadas.

Mê dê um pouco do que te embriaga,
que minhas canelas gostam das quinas da sua casa.
Mê dê um pouco, do que te sobra, e um pouco do que te falta,
que aqui também tá tudo pela metade

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