sábado, 4 de novembro de 2017

Afrontosa

Fica atenta menina, com essas palavras de lote carpido,
em mãos de veludo,
cheia de dedos e repulsas às bolhas que te afligiram.
Verão só os pulgões dos teus ramos, ignorando o abrir dos botões.
O povo anda moldado, e podem começar a adentrar as costuras da tua poesia puída,
e desgastar ainda mais, os já gastos dos teus versos estreantes.
Vão recortar pequenas tolices das suas obras de arte, e te pintar de demônia-escarlate,
destacada cintilante em qualquer muro cinza.
Fique atenta mas não renda, suas rendas, bordões e bordados à desalmados focados em purificar almas.
São muitos os que pregam o amor a verdade e a vida, que não são seus.
São muitos que querem arte e pele na fogueira,
mulher e criação restrita a forno e fogão.
Se cair, volte pior.
Desenhe a mão, bem bonita, uma bandeira com a tua cara.
Hasteie alto, bem alto, mais alto.
Resista.

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