segunda-feira, 24 de julho de 2017

sentidos

Meus sentidos coagidos à evolução,
estão bagunçados, misturados.
Só lembro do olfato, quando o cheiro grita.
A cebola frita,
a proximidade da clavícula...
Meu paladar saliva
molho a retina.
Me ouço vez em quando roncando,
estomâgo e peito.
Vazios distintos,
padronizados socialmente.
São tempos de enlatados
pro corpo e pra alma.
O que é alimento já vem descascado,
vi ontem ainda, no panfleto desse imenso mercado,
de comida e de gente.
Estou perdendo o tato
em um mundo de pelica
-
Mas ainda sinto muito.

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