sábado, 3 de dezembro de 2016

Vênus

É Vênus que aparece ali, não vamos confundir com estrela.
Já confundimos tanto...
O mundo barulha, insistente na negação.
Tipo a morte, mas mais leve se não pararmos o olhar.
É a leveza que deu pra amontoar coisas,
e quando partiu nem aguentou tudo nos braços.
Disse abanando um lenço, que manda alguém pegar o resto.
Temo campainhas.
Nunca levei jeito pra zen.
Yoga me doí o ciático, meditar me dá tonturas,
talvez eu tenha que pagar com juros, saldo negativo, o excesso de amor que consumi,
vezes que espalhei litros dele pela casa, e dei festa bundalelê,
cheio de rostos escarlates-embriagados, que vomitaram no assoalho,
e sequer se despediram ao sair costurando a rua.
Falei que Gal não, ontem ainda...
Eles me tomaram por insensível, veja só, logo eu.
É Vênus sim, mas ela não flerta de volta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário