sábado, 3 de dezembro de 2016

Na confissão, ninguém fala mal de ninguém, por mal.
É que as trinta virgens-marias doem quando são em penitência.
Pai nosso é quase um olho no rosário, olhando no fundo do teu olho culpabilizado,
por ele mesmo, claro.
Tá escrito lá no livro.
No mesmo que diz que só ele grandioso olho, é quem pode te julgar, e a fulaninha também,
aquela biscate que abriu as pernas e agora não quer ter.
Tua irmã.
Tá lá nos registros do livro.
A assassina cruel do teu irmão mais novo.
Aquele pobre coitadinho, de três meses.
Que tu não convidaria pro jantar de natal,
ainda que o olho de gente dele,
te contasse histórias de fome pisca-pisca,
Ou de tristeza de chester recheado.
Ou vice-versa
Você não convidaria
porque bem, ele não é da sua família.
Mas pegou o nome de um filho-da-pobre qualquer,
lá na árvore do Shopping-Multi-Center-wow, da beira mar.
Vou dar um brinquedinho pro infelizinho,
ficar feliz.
Na confissão ninguém fala mal de ninguém por mal.
É sempre pelo bem da (primeira) pessoa, que se confessa.
Diante dos olhos enormes.

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