segunda-feira, 10 de abril de 2017

Faltou título, mas teve ponto final

Faltou um pouco de dedos na sua insistente ranhura,
que minha pele friccionada, masoquista, não pedia.
Mas tantas noites frias, desse desejo-carícia, que tu não se cobria,
e ambas passávamos frio nos pés silenciosos.
Noites insones, gargantas secas de palavras úmidas não pronunciadas, por um pacto de ser resistente ao que mela e unta, e ridiculariza o amor.
Faltou um pouco de ridículo nos nossos dentes bem desenhados na pele próxima as nossas partes íntimas.
E risos retidos a meio dente, depois da meia noite e muitas doses.
Faltou desenhar nosso íntimo na fumaça dos nossos cigarros calados, esses que queimavam o tempo de um pós zeloso ideal de inverno infernal.
Sobrou na sala um pouco do conhaque, violência, gozo e mudez.
Faltou falar que faz falta cafuné depois, nessa bagunça de cabelos.
Faltou que eu fosse pra ti, mais que a pele embaixo das suas unhas, faltou que tu fosse pra mim,mais que as unhas.
Faltou que fossemos de encontro.
Não fomos.
_
A falta é simples na pele,
só quando não faz mais falta

Nenhum comentário:

Postar um comentário