Faltou um pouco de dedos na sua insistente ranhura,
que minha pele friccionada, masoquista, não pedia.
Mas tantas noites frias, desse desejo-carícia, que tu não se cobria,
e ambas passávamos frio nos pés silenciosos.
Noites insones, gargantas secas de palavras úmidas não pronunciadas, por um pacto de ser resistente ao que mela e unta, e ridiculariza o amor.
Faltou um pouco de ridículo nos nossos dentes bem desenhados na pele próxima as nossas partes íntimas.
E risos retidos a meio dente, depois da meia noite e muitas doses.
Faltou desenhar nosso íntimo na fumaça dos nossos cigarros calados, esses que queimavam o tempo de um pós zeloso ideal de inverno infernal.
Sobrou na sala um pouco do conhaque, violência, gozo e mudez.
Faltou falar que faz falta cafuné depois, nessa bagunça de cabelos.
Faltou que eu fosse pra ti, mais que a pele embaixo das suas unhas, faltou que tu fosse pra mim,mais que as unhas.
Faltou que fossemos de encontro.
Não fomos.
_
A falta é simples na pele,
só quando não faz mais falta
Nenhum comentário:
Postar um comentário