terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Ódio, aqui não é mato.
Mato é vida, pega sol e chuva, brinca no vento,
se alimenta dos mesmos nutrientes que as orquídeas.
Ódio é o falho-fácil, brota fedendo, no meio das faláceas, das entranhas do que se estranha,
dentre a ignorância dos que tem acesso e por opção ignoram.
Pra ter ódio basta uma televisão já ligada na tomada, proferindo alienação em um bom som,
um padrão, um olho tapado e outro com visão retilínea, basta ver o arpoador e evitar as favelas.
Pra ter ódio bastam ter ouvidos bons á toda mal criação, á piada recorrente,
da loira, do veado, do preto, do português do ambulante, basta medir a sociedade pelo que se come,
pelo que se veste, pelo que se compra.
Pra ter ódio, bastam as frases feitas, bastam doses cavalares de violência, e evitar o diálogo,
os que odeiam não escutam.
Ódio brota por todos os lados,
mas não é mato. Mato é vida!
O ódio já nasce morto.

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